As máscaras italianas
Uma das inúmeras máscaras elegantes do Carnaval de Veneza (2011) |
Do século XVI ao XVIII nascem as famosas máscaras da Commedia dell'Arte (uma forma de teatro improvisado que nasceu na Itália e se desenvolveu na França), com personagens que representavam usos e costumes da sociedade da época, bem como cidades e regiões, ou que satirizavam virtudes e defeitos das pessoas. Eram agrupados em três categorias: os zanni, versão dialetal de Gianni, nome muito comum entre os servos do condado lombardo-vêneto; talvez por isso representassem os servos e as classes mais baixas. Os vecchi (velhos), antagonistas, representavam os homens das classes mais altas que sempre impediam o casamento dos innamorati (apaixonados). As mais célebres são:
Jovem Amorosa e Jovem Amoroso:
representam o ideal feminino e masculino daquele tempo. Eram
personagens graciosos, dotados de inteligencia e elegancia e o principal
objetivo deles era o casamento.
Meneghino:
é a máscara símbolo de Milão. Meneghino, diminutivo dialetal de
Domenico, é um servo de personalidade bem definida e crítico da
aristocracia. No Carnaval Ambrosiano sai acompanhado de sua esposa Cecca, diminutivo de Francesca, que também é outra máscara popular da cidade.
Narcisinho:
nativo de Malalbergo, uma cidadezinha entre Bolonha e Ferrara, é dotado
de uma astúcia interiorana que espelha a tradição local do camponês
dissimulado e espiritoso.
Pantalone:
representa um velho mercador veneziano, avaro, teimoso e que reclama
muito. Está sempre atrás do amor das jovens cortesãs, principalmente as
damas de companhia. Às vezes aparece como pai de duas moças, Isabel e
Rosaura ou Camila e Esmeraldina, difíceis de serem controladas. Segundo
historiadores, seu nome deriva de São Pantaleão, do qual os venezianos
eram muito devotos.
Pasquariello: é guloso, beberrão e recorre sempre ao punho para realizar suas vontades ilícitas. Colombina é sua parente.
Peppe Nappa:
é a máscara carnavalesca que representa a cidade de Sciacca, na
província siciliana de Agrigento. Representa um servo malicioso e
preguiçoso que ama ficar na cozinha devido a sua insaciável gula. É
mestre nos saltos e danças acrobáticas e seu nome deriva de nappa que no dialeto sicialino significa "remendo".
Pierrot:
é a versão francesa da máscara de Pedrolino. Originalmente, era a
representação do servo preguiçoso, mas inteligente, que criticava os
patrões e, às vezes, fazia o contrário daquilo que pediam. Na França,
adaptaram esta máscara à imagem do homem apaixonado e melancólico que
toca violão para a lua.
Polichinelo:
em italiano se chama Pulcinella e é um dos símbolos da cidade de
Nápoles. Personifica virtudes e vícios da sociedade napolitana e suas
origens são muito antigas. Alguns historiadores dizem que é uma máscara
descendente de Maccus, personagem das farsas atelanas da Antiga Roma.
Mas a figura que conhecemos hoje é inspirada em Puccio d'Aniello, nome
de um camponês napolitano retratado em uma pintura famosa com o rosto
queimado pelo sol, o nariz adunco e uma camisa branca bem larga. É
antagonista de Arlequim.
Rosaura:
é a filha querida de Pantalone, muito faladeira, ciumenta, vaidosa e
apaionada por Florindo que, para seu pai, é somente um nobre sem
dinheiro. Colombina é sua dama de companhia, a quem confia para enviar,
às escondidas, suas cartas de amor.
Rugantino:
representa a popularidade da cidade de Roma, cheia de sentimentos de
solidariedade e justiça. É um homem bondoso, muito esperto mas um pouco
preguiçoso.
Scapino:
é uma máscara derivada de Brighella e possui um caráter parecido ao
deste. É um pajem trapaceiro, cínico e muito esperto que se aproveita
dos fracos e das pessoas de boas maneiras, mas que tem horror da
violência. Por isso escolhe escapar (verbo que deu origem a seu nome -
do italiano scappare) ao invés de enfrentar os problemas.
Scaramouche: é
uma máscara que surgiu em Nápoles com o nome de Scaramuzza e que, mais
tarde, foi modificado por Scaramuccia, segundo influências toscanas. Na
França, onde obteve muito sucesso, foi chamado Scaramouche e teve seu
caráter primitivo modificado: de um militar medroso e engraçado, passou a
ser um nobre proprietário de terras.
Farinella, máscara típica do Carnaval de Putignano, na região da Puglia |
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